Relatório


Mariane Aparecida Romão                                                          RA 062971
Rebeca Signorelli Miguel                                                            RA 064006
Mayara Katerine Del Pupo                                                          RA 074262
 

Relatório de Atividade Geral
EL874 G: Estágio Supervisiona II
Profa. Dra. Áurea Guimarães






 
Universidade Estadual De Campinas
Novembro de 2010
Campinas

Introdução

Este trabalho consiste no relatório de atividades geral do estágio realizado para a disciplina EL874G - Estágio Supervisionado II, a partir do projeto “Minha escola, meu retrato: sobre os diversos olhares do e no ambiente escolar por meio de fotografias”, cujos resultados se baseiam nos relatórios individuais dos diversos campos.

SOBRE OS CAMPOS DE ESTÁGIO
- E.E. Orosimbo Maia
A escola em questão, onde aconteceu o estágio, chama-se E.E. Orosimbo Maia. É uma escola que oferece apenas Ensino Médio nos períodos da manhã e tarde e EJA (Educação de Jovens e Adultos) durante a noite. Porém, o estágio aconteceu no período da manhã, principalmente com os 2os e 3os anos durante todas as segundas-feiras.
            A estrutura física da escola é bem adequada ao número de alunos que ali estudam. É um casarão muito antigo, o qual não foi construído para ser efetivamente uma escola. Há refeitório, pátio coberto, quadra externa, salas de aula e materiais suficientes, 2 salas de vídeo.
            O estágio aconteceu de forma a acompanhar as atividades do professor de Sociologia. Posteriormente a este acompanhamento, aconteceram oficinas de fotografia para os alunos, na qual eles teriam a tarefa de fazer retratos da escola que expressassem o que gostam e o que não gostam na escola.

            - E. M. Vicente Rao
A escola por mim utilizada como campo de estudo se chama  Profº Vicente Rao,localizada no parque industrial, trata-se de uma escola municipal,  de 1º a 9º ano. Possui amplo espaço físico com ampla área verde e que apesar de estar passando por uma reforma é muito agradável fisicamente, principalmente por não conter muros e sim grades. O estagio foi efetuado ao longo do semestre desde a elaboração do projeto, visita e autorização da escola para realização do estágio, acompanhamento de algumas aulas e as oficinas de fotografia dadas.
E. E. Felipe Cantúsio
A escola estadual Felipe Cantúsio se localiza em Campinas, no bairro Parque Industrial, cerca de quinze minutos do centro da cidade, e oferece ensino fundamental e médio. Seu público é da classe média e os vem de diversos cantos da cidade. A escola é bem protegida, situando-se atrás de um grande muro e portões de ferro.
O estágio foi realizado durante o período da manhã, sem, contudo, limitar-se a uma atividade específica de observação em sala de aula, mas visando a integração os diversos grupos que compõe a escola.

QUESTÕES ESSENCIAIS DO PROJETO
- E.E. Orosimbo Maia
As violências que os alunos presenciam e percebem no ambiente escolar são nítidas e possíveis de serem discutidas até mesmo em uma conversa com os alunos. Porém, muitas das coisas que os alunos expressam através da fotografia, de situações, lugares ou espaços que não gostam são as próprias violências, as quais não são denominadas deste modo pelos alunos. Estes apenas expressam seu descontentamento, através das fotos, mas não há maturidade ou reflexão suficiente para que se conscientizem da presença da violência na própria manifestação que eles consideram “ruim”.
- E. M. Vicente Rao
Apesar de a temática do estagio ser violência, isso não foi trabalhado tão explicitamente com os alunos para não influenciar seu olhar sobre a escola, assim, através de conversas e das fotografias tiradas pelos próprios alunos, pode-se identificar de que maneira a escola é vista pelos mesmos. Nesse caso, trata-se de uma escola com um ambiente muito particular, receptivo e agradável de maneira geral, o que dificultou achar os traços de violência a partir do próprio espaço físico. Ainda assim, as questões principais que vieram a incomodar os alunos em sua maioria foi a questão da limpeza no espaço de área verde principalmente (o que fica evidente nas fotos) e a questão da reforma da escola que aparentemente se perpetua há muito tempo e causa certo desconforto estético nos mesmos. Há também a idéia de que a escola já tenha sido melhor no passado, mas ainda assim, de maneira geral os alunos demonstram um carinho pelo lugar e suas reclamações vão no sentido de que se poderia haver um melhor aproveitamento do espaço físico da escola, que tem tudo pra ser muito positivo. Foi também através de conversas com os alunos, sobre o fato de a escola não ter muros e o fato de haver uma câmera lá, que pude perceber que a questão da violência esta muito mais introjetada neles através de outros organismos sociais (meios de comunicação em geral, família) do que da própria escola, visto que, indagados sobre o assunto, surpreendentemente a maioria se colocou como a favor de muros e câmeras na escola como um fator de segurança.
             
- E. E. Felipe Cantúsio
A partir dos primeiros contatos com o público da escola, a questão mais essencial se mostrou a apropriação do espaço físico por parte dos alunos como intento de torná-lo mais próximo de suas realidades – sobretudo a partir das modificações feitas na fachada da escola. Tentei, todavia, não trabalhar apenas a visão dos alunos, mas também dos funcionários e pais de alunos, ainda que estes últimos tenham contribuído em menor escala para os resultados finais obtidos.
MÉTODO
- E.E. Orosimbo Maia

Na E.E. Orosimbo Maia, as oficinas foram realizadas com duas salas de aula de 1º ano durante o período de aula, utilizando a aula de Sociologia. Em cada sala há aproximadamente 35/40 alunos e foi possível a realização de apenas 1 encontro em cada sala, que aconteceu em uma quarta-feira.
O professor recebeu com muito entusiasmo esta proposta de intervenção. Durante o acompanhamento em suas aulas, houve muita conversa em relação ao trabalho com fotos, ao que os alunos diriam, assim como sugestões e pedidos de itens  para serem incluídos na oficina.
Apesar de certa agitação, principalmente da primeira turma, o que considero extremamente aceitável, os alunos participaram ativamente da oficina questionando, fazendo considerações, provocando reflexões acerca de temas propostos. Com a efetivação da oficina fiquei muito feliz, principalmente com a participação dos alunos e com a atenção que eles deram para este tema. Porém me decepcionei um pouco quando poucos alunos fizeram o que foi pedido. Mas procurei tentar entender também o momento que eles estão passando e suas dificuldades, mesmo sabendo que muitos deles não fizeram pois não havia nota em questão, nem muita cobrança nessa atividade.

- E. M. Vicente Rao
As oficinas foram realizadas em 2 dias diferentes durante as aulas da professora Sheyla, que supervisou e colaborou com o estagio. Cerca de onze alunos fizeram parte tantos das oficinas quanto da discussão depois acerca das fotos tiradas. , A partir da explicação do projeto em sala de aula a escolha dos alunos foi feita pela própria disponibilidade e vontade dos mesmos de participar, dividindo os alunos em dois grupos (um pra cada dia de oficina) , enquanto os alunos iam em duplas ou individualmente tirar as fotos, eu ficava com o restante realizando discussões acerca das vistas por eles como boas e ruins na escola.  Os alunos desde o inicio se mostraram muito interessados e participaram ativamente tanto das oficinas quanto das discussões, bem como os professores que se mostraram interessados em conhecer o projeto realizado e em ajudar. Apesar do planejado inicialmente, não foi possível a participação de familiares, funcionários e professores nas oficinas pela dificuldade de encontrar horários fora do de aula que agradassem a todos, assim como também não foi possível a participação de todos os alunos da sala por falta de equipamento disponível, visto que usei minha própria câmera fotográfica para realizar as oficinas.
E. E. Felipe Cantúsio
Realizei três oficinas ao longo do mês de outubro, todavia, a grande maioria não foi prevista – acontecendo a partir de situações inusitadas onde vi a oportunidade de abordar os alunos e realizar a captação de imagem. Para tal, utilizei duas câmeras digitais e procurei explicar noções básicas sobre o principio da máquina fotografia e técnicas mais elementares.



CRONOGRAMA

- E. M. Vicente Rao
O cronograma não pode ser realizado como no previsto no projeto tanto por indisponibilidades da escola (que esta passando por reforma) quanto pessoais. Ainda assim todas as atividades foram realizadas sendo que em outubro-aproximação com o ambiente escolar, novembro-realização das oficinas, dezembro-discussão sobre as fotos.
- E.E. Orosimbo Maia

O cronograma pretendido e planejado, até juntamente com o grupo de estágio, não foi possível de ser contemplado. O acompanhamento que ocorria todas ás segundas-feiras, foi muito interrompido por feriados, eleições e compromissos na escola, além disso, a oficina não pode ser desenvolvida com os alunos que mais me aproximei durante o tempo que ali permaneci. Porém, conforme o possível ocorreu o acompanhamento durante períodos inteiros e posteriormente a isso a oficina foi realizada. Não foi possível também, devido a falta de tempo, o trabalho com a produção de fotos e tão pouco o intercambio de fotos entre as escolas que o grupo estava imerso.

- E. E. Felipe Cantúsio
O cronograma foi seguido como previsto, ainda que os encontros coletivos para ministrar a oficina nas outras escolas do projeto, bem como exibição dos resultados obtidos, não tenha ocorrido por problemas de disponibilidade comum de tempo entre os membros do projeto.

ALTERAÇÃO DE APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS FINAIS (um emgrupos (um em cada dia),isponibilidade e vontade dos mesmos de participar, dividindo os alunos em dois grupos (um em cada dia)uros e cameras amaç
                Decidimos expor os resultados de nossos estágios não em um livro, como consta no projeto, mas em um blog, pois acreditamos que este veículo é mais acessível como meio de divulgação dos resultados.
CONCLUSÃO
                Tendo em vista que no projeto de intervenção para a disciplina de estágio escolhemos atuar em escolas diferentes, torna-se difícil elaborar uma conclusão que abarque totalmente as experiências ali vivenciadas e as conclusões que obtivemos em particular. Cada escola possui um contexto no qual se insere, no que se refere ao público, à localidade, ao corpo docente etc, e ainda que possamos traçar pontos por vezes comuns nas distintas abordagens do tema, inevitavelmente os resultados são diversos e não convém tentar abordá-los aqui. Assim sendo, temos, a seguir, as conclusões mais gerais no que diz respeito ao ponto comum de abordagem e interpretações.
            Em todas as escolas constatamos a apropriação do espaço pelos membros da escola, esta se mostra de distintos modos, seja na alteração direta do espaço ou pela dinâmica que se estabelece naquele ambiente. A violência se apresenta, para alguns, no limite das próprias ações no cotidiano escolar, na falta de preservação e cuidado da estrutura da escola ou espaços verdes e de convivência ou implícita ainda em símbolos, códigos, presentes no cotidiano, ainda que de maneira subjetiva.
            Ainda que muito distintas, essas experiências nos acrescentaram novos modos de compreender a escola, sobretudo a partir de uma construção coletiva dos diversos olhares com os quais tivemos contato, que contribuiu para uma transformação do nosso próprio olhar da escola – enquanto ex-alunas e futuras professoras. Cada uma dessas experiências contribuiu para a construção de uma reflexão sobre o ambiente escolar e nossa capacidade de transformá-lo, uma reflexão que entendemos como necessária e contínua no exercício de lecionar.